Primeiramente, queria agradecer a todos os assinantes dessa newsletter. Foi um projeto ousado e divertido, mas que entrará em um hiato por tempo indeterminado com a conclusão da temporada regular do New York Knicks. Foram mais de 20 edições com bons números e retornos positivos que me deixaram bem satisfeito. Ainda não sei se voltarei com ela para a próxima temporada, mas informarei vocês por aqui.
Entretanto, ainda vou fazer um texto ou episódio de podcast como um encerramento para a temporada. Se for no primeiro formato, vocês receberam por aqui. Se for o segundo, enviarei o link para os assinantes.
De toda forma, obrigado por participarem dessa brincadeira comigo.
Então, a temporada acabou. Foram 82 jogos - maioria sofridos - de um basquete estranho e que te deixava esperançoso ou com vontade de enfiar a cabeça dentro de um buraco. Uma campanha de 37 vitórias e 45 derrotas - com dois dos principais jogadores do ano passado sem jogar direito. Rose e Noel jogaram 26 e 25 jogos respectivamente. Nossa campanha foi melhor que de dois times do play-in do Oeste e tivemos um net rating melhor até do que Chicago, que foi direto para os playoffs.
Desde o all-star game, o Knicks teve a melhor defesa da liga e teve a 11ª melhor durante toda a temporada. O ataque foi o 23º melhor. Como disse na última edição, um ataque que busca chutes eficientes, mas é péssimo finalizando perto do aro. Nossos dois principais pontuadores foram batizados por votação popular entre aqueles que escrevem essa newsletter como Inimigos da Eficiência. Os números coloridos ao lado dos aproveitamentos representa onde eles estão numa classificação de eficiência dentre seus pares da posição.
No geral, RJ e Randle terminaram com 20 PPG. Evan foi o terceiro maior pontuador e garantiu seu lugar na história do NYK com 241 bolas de três na temporada. IQ e Obi cresceram no último mês e criaram uma dor de cabeça boa para diretoria e Thibs na próxima temporada. Grimes mostrou-se um excelente shooter e sua evolução de posicionamento defensivo evoluiu MUITO do início da season até pouco antes de sua lesão. O mesmo se diz de Sims - que melhorou a cada jogo. Mitch acordou na segunda metade da temporada e garantiu um bom dinheiro no próximo contrato. Alec Burks, mesmo jogando totalmente fora de posição, foi um jogador regular e ajudou muito o time.
A nossa campanha nos colocou com a 12ª melhor chance de subir na loteria: 1,5% de pick 1 e 7,1% de top 4.
Partidas contra Nets, Washington e Raptors
A partida contra a Ponte Preta com grife começou com com tudo para o Knicks: bolas de três difíceis caindo, defesa boa e abusando da “defesa” da bomba biológica ambulante - Kyrie Irving. Chegamos a liderar por 18 em certo momento do terceiro período, mas KD acordou e comandou uma run de 24-4. Mais um jogo muito ineficiente do RJ e mais uma derrota.
Falando no RJ, nosso jovem, infelizmente se lesionou na vitória contra Washington. Uma torção de joelho que ainda não sabemos a gravidade (dizem não ser muito grave e que ele deve estar recuperado em 3 semanas ou 1 mês). A lesão ofuscou um pouco da melhor noite da carreira de Obi Toppin (por enquanto). Foram 35 pontos para o ala-pivô com 6/9 nas bolas de três. E olhem esse passe lindo. Seus passes saindo do post sempre foram meu xodó quando analisava seu jogo no college.
Falando em passes, IQ terminou com 23 pontos e 10 assistências.
A vitória contra o Raptors foi bastante especial. Apesar de não ser um time que tentava perder e não ser um time que tinha motivações para ganhar, os dinos, como sempre, vieram preparados para o confronto. IQ conseguiu seu segundo TD na carreira com 34/10/12 e Obi fez um duplo duplo com 42/10. Show dos segundoanistas.
Possíveis escolhas de draft
TyTy Washington de Kentucky pode ser um dos atletas que o Knicks considere selecionar no próximo drafr. O armador de 1,90 é um bom playmaker, eficiência como ball handler no pick and roll e capaz de sair do drible na meia distância e colocar a bola para dentro. Passa longe de ser minha escolha preferida. Além de ser um armador que entrega coisas similares ao que Immanuel já entrega, tem as mesmas falhas no jogo como IQ: dificuldade para chegar no aro e não é versátil defensivamente. Em sua defesa, o histórico crescente de bons armadores vindos de Kentucky melhora seu caso. Porém, não vejo sentido em selecionar um armador que parece não estar pronto para comandar nosso ataque sendo que IQ já está nesse caminho. Claro que o Knicks não está em posição de escolher pensando em encaixe e não talento, mas não o vejo com tanto potencial assim. Se o Knicks o selecionar, espero estar errado.
Ochai Agbaji é um ala de Kansas e pode ser considerado como opção para o Knicks. O jovem de 22 anos é um defensor com bom tamanho, versátil, campeão com Kansas do torneio da NCAA e potencial para espaçar a quadra com qualidade no próximo nível. Nos seus 4 anos na faculdade, evoluiu seu aproveitamento de longa distância até ter 40% em 6.5 tentativas na última season. Não tem um teto tão alto, mas sua defesa e espaçamento podem colocá-lo em quadra de forma rápida como aconteceu com Grimes.
Jaden Hardy é um G/F de 22 anos que, por algum motivo que não sei explicar, me faz acreditar que pode ser a escolha do Knicks. Seus números não são especiais. Na verdade, são ruins. Hardy escolheu jogar contra profissionais na G-League e teve, de média, mais turnovers que assistências, 35% de FG% e 27% de 3PT% em 6,5 tentativas. Honestamente, seria selecionar para potencial e deixa-lo se desenvolver na liga de desenvolvimento já que nossa rotação já está cheia. Movimento de alto risco. O Knicks estaria apostando que ele conseguiria fazer tudo que ele faz hoje - chutar saindo do drible, 1x1, manusear o pick n roll e chutar de três - só que de forma eficiente.
Na última temporada, o Knicks priorizou, tanto no draft quanto na agência livre, chutes saindo do drible para três. Será que vão buscar o mesmo caminho ou vão atacar outra fraqueza do elenco como finalização no aro? Não sei o que isso pode significar sobre Julius Randle e, por consequência, Obi Toppin, mas Tari Eason pode ser uma opção pensando em melhorar os chutes no aro. Eason é um PF com ótima defensa, um chute de três quase confiável, boa mecânica nos FTs e grande habilidade nos contra-ataques. Diferente de Obi e Randle, Tari consegue jogar de pivô - ou pelo menos conseguiu no nível universitário. Se conseguir ser o pivô de um small-ball, pode ser nosso strech 5 que o time precisa.